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5 modelos emblemáticos do século XX

Moda e cultura são conceitos indissociáveis. Ao longo da história, a moda tem acompanhado as mudanças econômicas, políticas e sociais dos povos. Hoje é uma área em expansão, que surge da própria vida, como meio de expressão e identidade. Pelo meu trabalho acadêmico na Faculdade de Design da Universidade do Desenvolvimento, este ano, desenvolvi junto a um grupo de 30 estudantes de diferentes disciplinas, um projeto que se converteu em uma experiência única de diálogo e de criação, ao revelar uma nova dimensão de linguagens, a cultura, a arte e a moda. O projeto colocou como eixo temático a sustentabilidade ligada à tendência da moda lenta, procuramos perpetuar a investigação da produção, as técnicas e os materiais com os quais se desenvolve cada peça, em oposição à moda rápida, que promove o consumo desmedido e descartável. Nos propusemos a pôr em valor a origem dos têxteis mais significativos da história do Ocidente, por meio do reconhecimento e exposição de seu contexto cultural de surgimento, evolução e uso atual.
Deixo aqui 5 padrões têxteis relevantes e os encorajo a incorporá-las em seu closet e a decoração da casa, para recordar a importância de se cercar de um bocado de história todos os dias.

1730. VICHY.
País de origem: França.
Contexto de origem: A cidade de Vichy, na provence francesa, os camponeses usavam esta tela em seu interior, para cobrir as mesas e as cestas. Durante séculos o usou, também, para si aventais e toalhas de mesa de piquenique. Mas foi no pós-Guerra, no ano de 1946, quando a moda masculina impõe a estampa xadrez nas camisas sport.
Material: Algodão.
Design: a Grade de duas cores, em tons vermelhos ou azuis.
Técnica: Tecido em tear denso.
Aplicações: Toalhas de mesa, guardanapos, tapetes e room service com muita.

1760 TOILE DE JOUY.
País de origem: França.
Contexto de origem: a Partir da segunda metade do século XVI, os comerciantes portugueses e holandeses ocuparam, da Índia, tecidos de algodão com estampas brilhantes, como o chintz. A aceitação e a popularidade dessas indianas fazia perigar a indústria têxtil francesa. O nome Toile de Jouy vem da cidade de Jouy, na França, lugar onde Christophe-Philippe estação de metro Oberkampf, estabeleceu uma fábrica destas telas para abastecer a realeza de Versalhes, momento em que a França proíbe a importação de Indianas, para fortalecer a indústria local.
Material: Algodão.
Projeto: Cenas pastoris, temas mitológicos, aves, flores e acontecimentos de sua época, estampadas em uma só cor, geralmente vermelho, marrom, violeta ou azul, sobre um fundo cor cru.
Técnica: Estampado com placas de cobre gravadas.
Aplicações: Cortinas, tapetes, cobertores, aventais.

1801 JACQUARD.
País de origem: França.
Contexto de origem: Durante a Revolução Industrial, o tecelão e o comerciante francês Joseph Marie Jacquard criou uma forma de automatizar o funcionamento do tear, graças à incorporação de uma série de cartões perfurados para a trama, por meio dos quais se introduziam as linhas verticais, gerando, de um modo simples, um padrão complexo.
Material: Algodão.
Projeto: teste Padrão floral.
Técnica: Cada cartão perfurado corresponde a uma linha do projeto, e sua localidade, juntamente com outros cartões determina o padrão com o qual o tear ele tece. Tipos de tecidos: brocado, brocatel, damasco, lampás, piqué.
Aplicações: Tapetes, cobertores, cortinas.

1810 MARINE.
País de origem: França.
Contexto de origem: Os pescadores franceses do Canal da Mancha usavam uma camisa com listras, concebido como uma peça de vestuário interior que acrescentavam sobre o macacão de lã que utilizavam. Em 1858, durante o Segundo Império francês, estabeleceu-se o uniforme oficial dos marinhos em um decreto publicado no Boletim Oficial da Marinha, este uniforme consistia, entre outras peças, em um pulôver listrado que permitia distingui-los à distância. Embora, mais tarde, Coco Chanel retomaria esta estampa como símbolo da mulher moderna, esta peça teve uma origem eminentemente funcional. Material: Algodão.
Desenho: Listras em branco, azul ou vermelho.
Técnica: Tecido com fios de duas cores.
Aplicações: Camisolas, t-shirts.

1917 CAMOUFLAGE.
País de origem: França
Contexto de origem: A Primeira Guerra Mundial e a camuflagem como a arte do disfarce, o irreconhecível e o imperceptível, neste cenário de guerra, encontrou a sua máxima expressão no Dazzle Painting, uma técnica pictórica, com clara influência cubista, desenvolvida pelo tenente-Norman Wilkinson, para quebrar as linhas de embarcações no mar. Inglaterra e Estados Unidos seguiram o mesmo exemplo dos franceses, e para a Segunda Guerra Mundial, já existiam vários tipos de estes padrões, que além de servir como tática de disfarce e ocultação, eram de suma utilidade para reconhecer os uniformes de cada nação. Assim, os Estados Unidos se tornou conhecido pelo design Woodland, em vigor até o dia de hoje. Material: Algodão
Projeto: teste Padrão orgânico, cor de base com figuras irregulares em tons verdes e marrons, que dispersas a uma certa distância parecem folhas, pedras ou outros objetos do ambiente.
Técnica: Estampado.
Aplicações: Navios, aeronaves, uniformes, bonés.
5 modelos emblemáticos do século XX